sábado, 12 de junho de 2010

O desaparecimento da pedra "Nega do Zofir"


Demorei a me manifestar sobre o que aconteceu com essa gigante rocha genialmente pintada pelo artista Zofir Brasil a Nega do Zofir, esse mito que inspirou a criação da personagem griô que vivo em meu trabalho como griô aprendiz. Demorei por que precisava "digerir" o que aconteceu, a cena que vi na tarde do dia 8 de junho ao olhar o lugar onde ela sempre esteve: imponente, altiva e ao mesmo tempo serena, pacientemente a contemplar a Serra das Almas, lugar agora vazio... meu sentimento era de velório, de ainda não acreditar no que estava vendo. A imagem da nega do Zofir parecia surreal, mas para mim surreal é não vê-la mais lá... Não sabia o que pensar, chorei, lembrei de muitos momentos em que a “Nega” esteve presente em minha vida e como me interesso por ela, enfim, depois de sofrer muito precisei abstrair o que estava sentindo, como defesa mesmo, recebi mensagens de otimismo de várias pessoas de que seria um bom momento para essa reconstrução da identidade da Nega na comunidade. Tentei escrever uma notícia sobre a queda da Nega do Zofir, mas não consegui continuar sendo imparcial, segue o que escrevi: 


Rio de Contas, cidade tombada pelo patrimônio histórico cultural, situada a 600 km de Salvador na Chapada Diamantina, acordou nesta última terça feira (08/06) com uma lacuna na Serra das Almas: a imensa pedra “Nega do Zofir” esculpida pela natureza e pintada pelo artista local Zofir Brasil hà quase 50 anos despencou no penhasco da citada Serra. Ainda não se sabe exatamente como, mas tudo indica que se trata de um ato criminoso, pois no local foram encontrados alguns indícios de que, com uma arvore, fez-se uma alavanca para deslocar a rocha de cerca de XX quilos. Muito mais que um ponto turístico ou um artefato de arte, a “Nega do Zofir” é um ícone identitário da população da cidade, que está perplexa com o acontecido, e se sente brutalmente violentada. Ainda não se sabe em quais condições se encontra a gigante cabeça que abriu uma estrada em meio a vegetação por onde rolou. A brigada de Rio de Contas foi acionada bem como a polícia civil para investigar quem poderia ter cometido tal ato.

Na verdade a população temia que um dia isso pudesse  acontecer, “Obras fantásticas estão a mercê da destruição. Dentre as peças, três estão localizadas na rodovia Desembargador Antônio Carlos Souto (estrada que liga as cidades de Rio de Contas a Livramento). Uma delas, trata-se de uma pedra com um formato de um rosto de mulher com características negras, batizada de "Escrava da Natureza" pelo artista e hoje carinhosamente chamada de "Nega do Zofir" pela população local. A Nega do Zofir é reproduzida por artistas locais e comercializada como símbolo da cidade para os visitantes.” (Paulo Roberto (zelador do Museu Zofir Brasil)

Enfim, prefiro acraditar que chegou o momento dela, e que foi algo natural e não criminoso, precisamos pensar agora pra frete, como reparar essa perda? O que fazer para preencher esse espaço que ficou? Uma réplica? O fato é que nunca será a mesma!!! Mas nos ensina que "TUDO PASSA"




quarta-feira, 9 de junho de 2010

Roda de Alfabetização encanta professores, pais e alunos na escola Pedro Francisco de Moraes


Notícia Postada em 08/06/2010 as 08:52 hs
por: Secom - PMVC










O sucesso do projeto Roda de Alfabetização, que propõe uma intervenção psicopedagógica junto a alunos com déficit de aprendizagem em leitura e escrita, é visível nas escolas da Rede Municipal de Vitória da Conquista em que já foi implantado. E, de maneira especial, no Grupo Escolar Pedro Francisco de Moraes, localizado no bairro Jurema.


No segundo semestre de 2009, quando o projeto foi implantado no município, foram formadas na escola duas turmas da Roda de Alfabetização. Este ano, por conta do aumento na demanda, houve a necessidade de se abrir mais uma. As três turmas, que ficam a cargo de duas professoras, já totalizam 108 alunos. Ao todo, a escola atende a 352 meninos e meninas, incluindo Educação Infantil, Ciclos 1 e 2 e Educação para Jovens e Adultos (EJA).


“Os pais ficam numa grande satisfação”, explica a vice-diretora Cássia Regina. “É uma prova de que eles acham esse trabalho importante”, acrescenta Edna dos Santos, diretora da escola. Nas turmas, há alunos que não conseguiam aprender a ler e, por isso, chegavam a ser ridicularizados pelos colegas. Com as aulas da Roda, eles normalmente aprendem rápido, e assim recuperam a autoestima.


Como faz questão de enfatizar a professora Alcina Lúcia Simões de Almeida, coordenadora do Roda de Alfabetização, a intenção do projeto não é proporcionar um mero reforço, e sim uma verdadeira intervenção psicopedagógica. “A diferença entre a intervenção e o reforço é que, na intervenção, você começa de onde o aluno parou”, explica Alcina Lúcia. “No reforço, você apenas repete tudo aquilo que o aluno não conseguiu fazer”, compara.


“ENCANTAR” – “Na Roda, trabalhamos com famílias silábicas. Assim, a criança desenvolve mais, porque não fica presa ao alfabeto”, diz a professora Sílvia Paula, responsável por duas turmas da Roda de Alfabetização na escola Pedro Francisco de Moraes. Como registra Sílvia, as aulas na Roda transcorrem sem a utilização de recursos tradicionais. Os alunos sentam-se de maneira descontraída, ouvem histórias, brincam, divertem-se. “As crianças aprendem mais rápido e é muito mais prazeroso”, resume Sílvia.


A professora Aline Dias Brito, que se responsabiliza pela outra turma da Roda na escola, acredita que o diferencial do projeto é o fato de que ele “encanta”. “Se a gente consegue encantar os nossos alunos com atividades lúdicas e práticas e nos encantamos também com as crianças carentes, que precisam realmente da leitura, então o projeto se desenvolve muito bem”, sintetiza Aline.


Ela lembra, de modo especial, a experiência que está tendo com Camila Nascimento, aluna com síndrome de Down. Camila, de 22 anos, está na Pedro Francisco de Moraes há cinco e ainda não havia conseguido se alfabetizar. Após ter sido incluída nas aulas da Roda de Alfabetização, a aluna já começou a ler algumas palavras.



CARTEIRINHA – Outra prova do sucesso do projeto foi o aumento dos empréstimos de livros na biblioteca da escola. Na medida em que os alunos da Roda foram conseguindo aprender a ler, seu interesse pelos livros foi sendo despertado. É o caso do pequeno Marcelo, de nove anos, aluno do 2º ano do Ciclo 2. Da mesma forma que seus colegas, ele agora tem uma carteirinha emitida pela escola, que lhe permite ter acesso ao empréstimo de livros. Segundo sua professora, Marcelo já é um dos mais assíduos leitores da biblioteca.



Cássia Regina a Vice-diretora é minha irmã!!! PARABÉNS MANA!!!



Vamos meu povo assinar a Lei Griô!!!




Baixe a minuta da lei no blog:


Assine e envie para o endereço:
Associação Grãos de Luz
Rua.:  Nossa Senhora da Vitória SN, centro, cep: 46.960.000, Lençóis- BA

 “ quem semeia a paz
só vai colher o amor
vamos meu povo assinar a lei griô...”


Informações:
(75) 33341040, 91716976

terça-feira, 8 de junho de 2010

La Marionet


“A Marionete”



(Hugo Trindade)


 


Nem mesmo o tempo me corrompe.


A agonia de ter um corpo que não sucumbe,


Não sentir dor ou calor


Somente o frio é meu cobertor.


 


Posso me montar, me desfazer


A maldição de nunca morrer,.


Posso viver sem emoção


Pois não fizeram meu coração.


 


Ser controlado ou manipulado


Na verdade eu nada faço:


Reagir, pensar, decidir;


Nada disso cabe a mim.





Posso ser necessário ou não


Toda peça tem sua função,


Mas se não encontra nenhum valor


É porque nada de mim sobrou.


 


Eles procuram motivos e a verdade,


Dizem que isso é a realidade;


Sonham coisas sem razão


E chamam isso de ilusão.


 


Eles querem um sentido para viver


E eu que nem alma posso ter;


Eles querem se realizar


E eu que nunca irei sangrar.


  


Sempre olhei o tempo passar


E nada nesse mundo ele quis esperar.


O fim sempre me acompanhou


E ninguém ele perdoou.


 


Fiz do palco uma nação


E da arte, minha reencarnação


E nesse mundo maldito


Sou uma marionete em um teatro infinito.





Orgulho desse meu aluno 2º ANO B, vencedor do II TAL, Tempos de Arte Literária do Colégio Estadual Carlos Souto em Rio de Contas!

Flávia Pacheco