quarta-feira, 17 de junho de 2009

O Fabuloso ZOFIR BRASIL




O acervo das obras do artista plástico Zofir Oliveira Brasil, encontra-se em instalações provisórias à praça Largo do Rosário, n° 91 no centro histórico, em Rio de Contas, cidade da Chapada Diamantina - BA. O artista utilizava sucatas para a confecção de suas obras. Materiais muitas vezes tido como imprestáveis por muitas pessoas. Objetos considerados "mortos", adquiriram vida nas mãos desse artista, tão bem adjetivado pelo cineasta Walter Salles como o "FABULOSO ZOFIR". Pedras, madeiras, raízes, pedaços de plástico, de metal, isopor, cédulas, moedas em desuso, foram transformados, ganharam vida nova, nasceram de novo nas peças criadas pelo artista. Além de materiais citados, peças em papel machê, são vistas neste mesmo acervo. A literatura de Cordel também faz parte da vida desse artista. Amante da natureza, natureza essa fonte que lhe serviu de inspiração e foi por ele defendida. Mesmo morta, dava-lhe vida nova, fazia-a renascer através de suas peças exóticas. Vê-se claramente nas criações uma grande preocupação com o meio ambiente. Temas como fome e analfabetismo, também encontram-se retratados nas peças do artista. As peças estão abrigadas num espaço provisório, espaço esse inadequado, expostas à infestação de térmitas, microorganismos e infiltrações - o casarão que abriga as peças é antigo, carecendo urgente de reforma. Obras fantásticas estão a mercê da destruição. Dentre as peças, três estão localizadas na rodovia Desembargador Antônio Carlos Souto (estrada que liga as cidades de Rio de Contas a Livramento). Uma delas, trata-se de uma pedra com um formato de um rosto de mulher com características negras, batizada de "Escrava da Natureza" pelo artista e hoje carinhosamente chamada de "Negra do Zofir" pela população local. A Negra do Zofir é reproduzida por artistas locais e comercializada como símbolo da cidade para os visitantes.





COMO SURGIRAM AS PRIMEIRAS OBRAS DE ARTE



Em 1.960, Zofir Brasil cria suas primeiras obras de arte. O homem que temia a morte, prolonga em suas peças, a vida de objetos "tidos como inúteis". Ao prolongar a vida desses objetos, Zofir transferia para os mesmos um desejo do seu próprio eu - É como se isso estivesse prolongando a sua própria vida. E as peças foram sendo criadas, o artista não parou mais...Exotismo, crítica, reflexão, provérbios, raízes, pedaços de papel...renasceram nas mãos de "alguém que inventou o mundo munido apenas da sua imaginação"´. Peças exóticas, criações do artista plástico Zofir Brasil. O acervo das obras deste artista encontra-se na pequena cidade de Rio de Contas, situada na Chapada Diamantina - BA. São peças criadas a partir de materiais sucateados, trazendo sempre uma mensagem, uma crítica, uma reflexão. Objetos tidos como sem utilidade, ganhavam vida, renasciam nas mãos de Zofir Brasil - "expositor exótico", como gostava de ser chamado. Zofir Brasil, filho de pais pobres, nascido na Bahia em 1.926 e morreu em 1.990. Autodidata, não freqüentou escolas e nem fez curso de artes, mas através de suas obras tematizava sobre o analfabetismo, como os dizeres os quais constam em uma das suas muitas peças:"Não é tarde, sinto tudo / Não deve ficar quieto / Sou cego, surdo e mudo / Porque sou analfabeto", mostrando quão grande valor tem o saber, o conhecimento. Um dos sonhos do artista era a criação de um Centro Cultural, no qual pudessem ser feitas oficinas de arte para crianças e adolescentes. Local que artistas também pudessem expor suas peças. Atualmente, a restauração e manutenção do acervo é mantida exclusivamente pela família do artista.



Textos: Paulo Roberto (zelador do Museu Zofir Brasil)

fonte: http://www.guiariodecontas.com/cultura/museu_zb.html

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