terça-feira, 8 de junho de 2010

La Marionet


“A Marionete”



(Hugo Trindade)


 


Nem mesmo o tempo me corrompe.


A agonia de ter um corpo que não sucumbe,


Não sentir dor ou calor


Somente o frio é meu cobertor.


 


Posso me montar, me desfazer


A maldição de nunca morrer,.


Posso viver sem emoção


Pois não fizeram meu coração.


 


Ser controlado ou manipulado


Na verdade eu nada faço:


Reagir, pensar, decidir;


Nada disso cabe a mim.





Posso ser necessário ou não


Toda peça tem sua função,


Mas se não encontra nenhum valor


É porque nada de mim sobrou.


 


Eles procuram motivos e a verdade,


Dizem que isso é a realidade;


Sonham coisas sem razão


E chamam isso de ilusão.


 


Eles querem um sentido para viver


E eu que nem alma posso ter;


Eles querem se realizar


E eu que nunca irei sangrar.


  


Sempre olhei o tempo passar


E nada nesse mundo ele quis esperar.


O fim sempre me acompanhou


E ninguém ele perdoou.


 


Fiz do palco uma nação


E da arte, minha reencarnação


E nesse mundo maldito


Sou uma marionete em um teatro infinito.





Orgulho desse meu aluno 2º ANO B, vencedor do II TAL, Tempos de Arte Literária do Colégio Estadual Carlos Souto em Rio de Contas!

Flávia Pacheco

2 comentários:

Liel disse...

O_O
OBrigado

Na Terra e no Vaso disse...

Sou de filha da terra e também de Sinhá,a queda da"Nêga" me fez dasabar