2º lugar no TAL - Tempos de Arte Literária
Recebi , na semana passada, um presente dos meus alunos Hugo Trindade (2º ano B) e Hortência Brito (1º ano B) do COLÉGIO ESTADUAL CARLOS SOUTO, aqui de RIO DE CONTAS. eles foram um dos vencedores no TAL - Tempos de Arte literária, seletiva regional em Brumado. Esse dia 27 de agosto de 2010 ficará marcado em minha vida por ver meus queridos brilharem com uma poesia tão profunda e mágica, digo presente por que como professora de literatura e teatro dessas figuras adoráveis acompanhei todo o processo de criação e de ensaios e toda a expectativa desses artista precoces, e "corujei" muito desde o início, e fiquei mais nervosa do que eles antes da apresentação, belíssima, diga-se de passagem, para mim sem defeitos, vibrei com cada movimento e cada palavra, cada olhar e cada respirar... Ele, Hugo, estava um charme só, e ela , Hortência , uma perfeita boneca. Ganharam em 2º lugar, mas para mim como se fosse o 1º!!!
Os prêmios: uma medalha lindonaaaaaa, uma coleção de clássicos da literatura brasileira, que ele já está lendo, e o troféu que eles, carinhosamente, me deram, ameiiiii!!!
E aí está ...
“A Marionete”
(Hugo Trindade)
Nem mesmo o tempo me corrompe.
A agonia de ter um corpo que não sucumbe,
Não sentir dor ou calor
Somente o frio é meu cobertor.
Posso me montar, me desfazer
A maldição de nunca morrer,.
Posso viver sem emoção
Pois não fizeram meu coração.
Ser controlado ou manipulado
Na verdade eu nada faço:
Reagir, pensar, decidir;
Nada disso cabe a mim.
Posso ser necessário ou não
Toda peça tem sua função,
Mas se não encontra nenhum valor
É porque nada de mim sobrou.
Eles procuram motivos e a verdade,
Dizem que isso é a realidade;
Sonham coisas sem razão
E chamam isso de ilusão.
Eles querem um sentido para viver
E eu que nem alma posso ter;
Eles querem se realizar
E eu que nunca irei sangrar.
Sempre olhei o tempo passar
E nada nesse mundo ele quis esperar.
O fim sempre me acompanhou
E ninguém ele perdoou.
Fiz do palco uma nação
E da arte, minha reencarnação
E nesse mundo maldito
Sou uma marionete em um teatro infinito.
Hugo Trindade é aluno do segundo ano vespertino do Colégio Estadual Carlos Souto de Rio de Contas e desde muito pequeno teve que superar suas próprias barreiras, através da dedicação aos estudos, criatividade e maturidade. Seus textos falam, ao mesmo tempo, de um mundo adolescente, mas com um tom sóbrio, misterioso e solene. Inspirado nos heróis japoneses criou a poesia “A Marionete”, vencedora do II TAL do seu colégio. Hugo também participa do grupo de teatro da escola e criou uma peça intitulada “O Vale do Fim” que encenou com seus colegas e foi muito elogiado por sua profundidade. É um aluno dedicado, questionador tem uma personalidade forte, mas ao mesmo tempo cativa com sua sensibilidade e atenção.
Abraços poéticos a todos
Flávia Pacheco (pro orgulhosa)
2 comentários:
Colokaram essa fotos O_O
Colokaram essa fotos
O_o
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