quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Caminhada no quilombo de Barra do Brumado

Peço a benção a D. Coló e D. Dudu que me acompanharam nessa caminhada.


Tem coisas que esperamos tanto e um dia, como uma chuva de verão que cai sem esperarmos, elas acontecem, assim foi a caminhada da Nega do Zofir no quilombo de Barra do Brumado em Rio de Contas. Tudo começou quando encontrei “por acaso’ com a pro Juliana, que ensina na escola da Barra, e ela me convidou para a culminância do projeto Consciência Negra e encerramento das atividades do ano de 2010, aceitei prontamente e falei que levaria a Nega do Zofir. Ju e Sandra Augusto, pros da Barra, participaram das formações de educadores na Pedagogia Griô feita por Líllian Pacheco em Rio de Contas e muitos outros encontros relacionados a educação quilombola na Bahia e nos encontramos em muitos deles.

No dia fui acompanhado por meu marido e meu pequeno Bernardo que me ajudou com o pandeiro. Foi emocionante reencontrar D. Coló, anciã do quilombo, e sua irmã D. Dudu que carregou minha boneca Dandara nos braços como um bebê, linnnndaa... fizemos uma singela, porém forte, caminhada da casa delas até a associação de moradores onde acontecia o evento. Chegamos de surpresa com a cantiga e os versos na ponta da língua e a roda se fez com a história de Dandara e Kenderê e o mito da formação dos quilombos de Rio de Contas, acompanhada pelos olhinhos atentos das crianças e dos adultos também. Depois que a Nega se despediu da roda com uma música que aprendi com a própria D. Coló, para minha surpresa a querida Juliana fez um agradecimento que me marcou profundamente, me agradeceu por levar a Pedagogia Griô até a comunidade, mas na verdade eu enxerguei a presença desta pedagogia criada por Líllian Pacheco em cada pedacinho daquele trabalho que estava exposto ali, fiquei muito feliz por ser parte integrante de todo aquele processo e reconhecer que fiz a diferença ali.

As crianças apresentaram uma música que fez lembrar minha amiga Márcia Oliveira

“peneirei fubá, a fubá subiu

Tornei peneirar a fubá caiu... ”

Meu desejo era que minha Preta Pati pudesse estar comigo ali, ainda mais agora que é mestranda da UFBA e que seu tema é justamente estudar os atos do currículo nas escolas quilombolas de Rio de Contas e a Pedagogia griô.

Pena que, como as chuvas de verão, apesar de intensas e férteis, acabou logo ...

Bom... deixo vcs com a magia das fotos que falam mais sobre essa caminhada:

“Ô leva eu, minha saudade

Que eu também quero ir, minha saudade

Na subida da ladeira tenho medo de cair

ô leva eu minha saudade...”




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