Claudina... D. Coló

"Quando eu era pequena dormia em uma cama de vara coberta com folha de bananeira, eram seis forquilhas , e tinha um travesseiro de folha de bananeira e tinha noite que a gente acordava e chamava _ mamãe tem uns bichinhos querendo entrar no ouvido_ mamãe vinha e esfregava assim o travesseiro e espantava os bichinhos e a gente dormia de novo. Pra alumia tinha os candeeiros de barro que a gente fazia o pavio de algodão que a gente colhia e enrolava assim e ia fazer o óleo da mamona pra colocar dentro. E assim agente tudo vivia e era feliz" (relato feitopor D. Coló no Encontro pelas Águas em uma de nossas conversas)

A relação entre um Griô aprendiz e um mestre é algo natural, que acontece de forma natural, as afinidades se encontram e assim se dá a transmissão de saber.

Flávia Griô

A Lavadeira no Encontro de Mulheres pelas Águas

"Lava roupa na beira do rio... dona Maria me passe o sabão... olha os meninos pelados... tomando banho no ribeirão..."

Essa Lavadeira já caminha! Desta vez foi no Encontro pelas águas - segmento mulheres - tema mais apropriado não podia ser, a simbologia da lavadeira que trabalha e canta e leva suas crianças para brincarem na beirinha do rio, falou muito aos participantes.

Estréia de Carolina Trindade com o menino (fotos Sara Reis)

F.I.C.C.A. 2009

Aconteceu nos dias 19 e 20 a II F.I.C.C.A. Feira Interdisciplinarde Ciências Cultura e Artes do Colégio Estadual Carlos Souto em Rio de Contas –BA na Chapada Diamantina, um evento muito esperado e que, apesar de trabalhoso, nos dá uma satisfação enorme em realizá-lo, pois é maravilhoso ver o entusiasmo dos alunos e como eles aprendem de formas tão variadas, quando a escola se transforma em uma grande oficina de idéias, criatividade e saberes que são absolvidos de maneira prazerosa e que ficam para sempre.

Foi um trabalho de dias entre o surgimento das idéias, pesquisa construção até a exposição e VALEU!!!!

O tema deste ano foi “QUEM SOMOS NÓS” e para responder essa pergunta foram montados nove stands contando um pouco sobre Rio de Contas, suas riquezas e cultura, abordando temas como: Energia, quilombos, a arte de Zofir Brasil, música e história da cidade, o corpo humano em números, os sentidos e nossas percepções, os escritores de riocontenses, alimentos, a água que consumimos e artesanato local.

Eu, a prof. Eunice e os alunos dos 1º anos B e C ficamos com o tema ARTE ZOFIR BRAZIL, este artista exótico de nossa cidade que descobriu a pedra que depois viria a ser a Nega do Zofir. Trabalhamos mais de um mês entre visitas ao Museu Zofir Brasil, pesquisas, entrevistas, produção de um documentário, reprodução de algumas obras, ensaiospara apresentação da literatura de cordel e muito mais. Foi um trabalho envolvente que resultou em uma belíssima exposição com réplicas feitas pelos alunos, como a “Mulher Mandacaru” e o quadro “A Fomegerada” mostrada aqui em um postanterior.

Trouxemos também do museu as obras mais expressivas de Zofir na opinião dos alunos e as que Zofir mais gostava como : A Zebras da Loteria, a Lousa Encantada, o Ciganástro e O Relógio de Chão. Além das que reproduzem ditados populares: “uma mão lava a outra”, “quem com ferro fere, com ferro será ferido” entre outros quadros trabalhados com papel machê e diversos materiais. Outras obras registramos em um painel de fotos.

Para o documentário, fomos até a Nega do Zofir (visão impressionante), o Monstro Encantado e o Lar Petrificado, também situados na Serra das Almas.

Agradecemos a Paulo Roberto, que cuida com tanto zelo do Museu pelo atendimento e atenção!

E parabenizo todos os alunos, de todos os stands, e a todos os professores e direção pelo MA-RA-VI-LHO-SO trabalho. São projetos assim que nos fazem ainda acreditar na educação neste país!

PRESENÇA EKOKATU NO ENCONTRO DAS MULHERES PELAS ÁGUAS 2009

Durante os dias 13 e 14 de novembro de 2009 a ONG EKOKATU esteve presente no “Encontro das Mulheres pelas Águas”, realizado na histórica cidade de Rio de Contas, Chapada Diamantina, promovido pelo Instituto de Gestão das Águas e Clima – INGÁ.

Através do estreitamento da participação do povo com entidades governamentais foram discutidas questões como: maior aplicabilidade das políticas públicas sustentáveis, gestão e preservação dos recursos hídricos e climáticos do planeta e críticas ao modelo de desenvolvimento capitalista.

Partindo-se da visão feminina da natureza “Preservar a água é preservar a própria sobrevivência humana” o encontro teve como base a vivência, contextualização e participação das necessidades socioambientais que afetam a vida das mulheres, a luta feminina pela afirmação da sua identidade com busca a maiores possibilidades de trabalho e renda familiar além de eleição para novos representantes do Conselho.

A composição da mesa foi marcada pela diversidade de representações, com participação de quatro Secretarias de Governo (Sema, Sepromi, Sedes e SJCDH), da sociedade civil, da área acadêmica, de Comitês de Bacias Hidrográficas, dos poderes públicos municipal e federal, além de organismos internacionais, a exemplo do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e a presença do Diretor-Presidente do INGÁ, Dr. Júlio Rocha e assessoria geral, dentre outras entidades. Vale ressaltar a presença de Tereza Sousa (Secretária Adjunta da SEPM/Nacional durante todo o processo.

Além da participação comunitária Quilombola do Povoado de São Tomé (Campo Formoso) stiveram presente às seguintes identidades políticas: ambientalistas, quilombolas, religiosas de várias matrizes, pobres, brancas, negras, lésbicas, bissexuais, heterossexuais. Idosos, jovens, educadoras, ricas, rurais, urbanas, marisqueiras entre outras.

Os territórios representados foram: Eunápolis, Guanambi, Irecê, Jequié, Juazeiro, Santa Maria da Vitória, Itabuna, Barreiras, Seabra, Feira de Santana, Rio de Contas,Santana, Vitória da Conquista, Lauro de Freitas, Salvador e Senhor do Bonfim(representado pela EKOKATU). “Lutamos coletivamente por uma visão preservacionista e pelo fortalecimento da questão democrática participativa confrontando e dividindo conhecimentos e possibilidades para transformar a realidade atual.”

Rio de Contas: natureza, história e poesia. Patrimônio Histórico Nacional.

Fonte: ONG EKOKATU

Para desejar muitas felicidades para minha mãe nesse dia tão especial, em que ela nasceu, coloco aqui as palavras de meu tio Carlos. PARABÉNS DONA NAIRRRR

"São duas: uma da outra, outra da uma!

Uma história deu origem à outra história; esta por sua vez, reescreve a história original!

São duas vidas, duas estrelas na constelação aqui entre nós!

São duas vidas ,aí em Salvador, e eu aqui a filosofar...

Muitas felicidades para Nairdipati, para Patidinair.

Deus continue abençoando, poderosamente. Beijos a todos!"

BEIJO NA OUTRA ESTRELA, AMO VOCÊS!!!

Fia di Nair

A Lavadeira na ESCOLA MACHADO ASSIS

No dia 06 de novembro a peça "A Lavadeira e o Menino" foi apresentada na ESCOLA MACHADO DE ASSIS em Livramento, cidade vizinha a Rio de Contas. Fomos muito bem recebidos, as crianças então, um encanto, vibraram com a peça e suspiraram a cada descoberta, amamos estar lá, agradecemos a Silvana e Jeane pelo carinho!!!

Vejam as fotos que lindas!!!

UM MAR DE CRIANÇAS...

Conquistense sempre... Parabéns terra querida!

Conquista, jóia do sertão baiano;
Esperança ridente do brasil
A ti, meu orgulho soberano.
O afeto do meu peito juvenil
A ti minha esperança no futuro
Os sonhos do meu casto coração,
És e sempre serás meu palinuro
Ó pérola fulgente do sertão

Refrão:
Conquista tesouro imenso...
O mais belo da bahia,
Que primor, que louçania
Tem mais brilho aqui o sol;
Conquista terra das rosas,
De florestas seculares,
Tem mais amor em seus lares,
Que luzes no arrebol.

(refrão)

Deixar o doce encanto destas ruas,
Deixar teu céu que tanto bem almeja,
Eu morreria de saudades tuas
Minha querida terra sertaneja,
Entretanto, se a pátria me exigir,
Deixar-te para a pátria defender
Este afeto bairrista é vã mentira,
Pelo brasil inteiro irei morrer!

(refrão)

Surge o sol, fogem pássaros dos ninhos!
Todos vão venturosos trabalhar;
Eu também imitando os passarinhos
Deixo o morno regaço do meu lar,
Para a escola caminho satisfeito,
Da pátria vou saber as glórias mil
Conquista, que emoção vibra em meu peito...
Ao fitar-te no mapa do brasil.



Minha querida cidade, onde nasci e cresci, naquela pracinha da URBIS I, andando com minha mãe por aqueles bairros, e me sentindo parte de tudo aquilo. Cidade querida, lembro-me bem de tuas ruas, do centro e de alguns distritos e povoados por onde andei. Ai Conquista é impossível te esquecer. Peço a Deus que cuide de você “Jóia desse sertão”, que não deixe que a violência abafe o perfume de tuas belas rosas, nem que sua história se perca à sombra dos arranha-céus. Você cresceu sim “Princesinha do Sudoeste”, mas quando estou em teu solo me sinto criança de novo, sinto o perfume gostoso de minha mãe, é como se ainda segurasse a sua mão. "Não permita Deus que eu morra sem que eu volte para lá". Áh Conquista saudades de ti...

PARABÉNS PELOS 169 ANOS!!!

Aniversário no Parque Sá Fulô

Quinta feira foi dia de festa no Parque Sá Fulô. Fui convidada por minha amiga Dinha, dona do parque, para animar a galera. Levei uma bonequinha toda desengonçada e os ratinhao apaixonados, com músicas de Antônio Nobrega e Palavra Cantada.

Mulher Peixão (Antônio Nobrega)

Ele gosta dela
E não maltrata ela,
Não desfaz dela,
Trata-a muito bem.
Foi à capela
E casou com ela,
Não repara nela
Os defeitos que tem.

O que mata ela
É uma perna torta,
E a outra morta
De uma congestão.
Tem um braço seco
Que furou no prego,
Tem um olho cego
E só tem uma mão.

Já foi operada
De apendicite,
E de sinusite
Foi até feliz.
No pé do cabelo
Nasceu uma espinha
E a coitadinha
Perdeu o nariz.

Só tem uma orelha
Mas não é defeito,
Já perdeu um peito
Numa operação.
Quebrou a espinha
E ficou marreca,
Ela é careca
E só tem um pulmão.

Ela tem na cara
Uma queimadura,
Sofre de loucura
E do coração.
O vento passou,
Entortou-lhe a boca,
É fanhosa e mouca
Mas é um peixão.

Abertura da Conferência Territorial

No alto da Serra das Almas, uma pedra esculpida pelo tempo, espia os carros que passam, as pessoas que passam, as folhas que voam com o vento. Quanto tempo a pedra se fez vida antes de se tornar pintura e antes de se tornar gente? Foram séculos incontáveis de sabedoria e no ápice dessa sabedoria está o Criador do universo que deu ao artista a inspiração... E o artista é Zofir Brasil, que enxergou naquela enorme pedra uma “Escrava da Natureza”, e com esse nome a batizou, juntou com um grupo de amigos foram pintar a pedra, e como em toda cidade pequena o povo começou a chamá-la “a nega”, a nega, A Nega do Zofir. E duas irmãs sonhadoras, professoras, resolveram transformar essa pedra em gente.

Conferência Territorial de Cultura da Chapada Diamantina

Aconteceu nos dias 25 e 26 de Outubro, em Lençóis, a Conferência Territorial de Cultura da Chapada Diamantina. Durante dois dias, delegados eleitos nas conferências municipais discutiram o tema cultura, diversidade, cidadania e desenvolvimento e as propostas do território para políticas públicas para a cultura.

A conferência foi aberta com um lindo cortejo, um desfile cultural, com manifestações culturais dos municípios que fazem parte do território, Rio de Contas se fez representar com a Nega do Zofir (Flávia Pacheco) e a delegação composta pelo secretário de educação e coordenadoras, o dirigente de cultura, os delegados, a representante da agenda 21 do município Sara Reis, representantes do IPHAN e a jovem Anna Amélia que levou com graciosidade a bandeira de Rio de Contas. O cortejo se concentrou no mercado onde deu-se início ao cerimonial de abertura com presença do secretário de Cultura do Estado, Márcio Meirelles e outras autoridades, onde foi lido o perfil do Território por Pitágoras Luna, responsável pela organização da Conferência, que aliás está de parabéns, realmente estava muito bonita a organização de tudo, afinal não é fácil organizar um evento deste porte. Neste mesmo local estavam abertos belíssimos stands dos municípios que mostravam sua cultura e sua beleza.



Na segunda-feira (26) a Nega do Zofir fez a abertura do dia com a história de Dandara e dos quilombos de Rio de Contas, seguida da cantoria de Cici da Risada, fomos assistidas por Marcio Caires (Velho Griô) uma honra pra nós. Em seguida, nos grupos de trabalhos, sistematizamos e aprovamos as propostas trazidas das conferências municipais e aconteceu a eleição dos delegados.


Foi um viagem perfeita, além de participar de todo esse movimento cultural , tive a oportunidade de conhecer Mucugê, um graça de cidade e de desfrutar das "águas de Lençóis", eu e Sara agradecemos a Sayonara por ser nossa Guia nessa aventura!

E ainda encontrei pessoas muito especiais , como Líllian Pacheco, linda! Aconteceu integrado a conferência o Encontro Regional da Ação Griô Nacional.


Para ser mais que perfeita só se Pati estivesse lá.

O Teatro Vai a Escola